terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fazendo o “Mea culpa”


               Em certos momentos da vida, sentimos necessidade de agirmos como advogado do diabo diante de situações que até gostaríamos de evitar, mas sempre alguém nos leva a isso. Defender o indefensável é um trabalho árduo e desgastante, faz-nos intolerantes com o próximo e provoca um estresse desnecessário. Por que digo isso? Porque vejo que para muitos é mais fácil “terceirizar” a culpa e a responsabilidade pelo insucesso, seja individual ou coletivo. Mais fácil atribuir o fracasso ao outro. Ouço em demasia as escusas esfarrapadas acerca do erro, sempre sendo jogado para o outro.
               Antes de apontar os culpados pelo erro, que tal rever as próprias atitudes, fazer um “mea culpa”  para ter certeza de que a falha está, sim, no outro; por que não se autoavaliar, fazer um levantamento de suas ações, esgotar ao máximo todas as possibilidades de a falha não ser própria, para aí, sim, buscar a responsabilidade pelo erro no outro?
               Aceitar que errou é a atitude mais difícil para um ser humano tomar. É interessante:  se nos remetermos à Bíblia, veremos que isso é mais antigo do que podíamos imaginar (basta ver que no capítulo sobre a desobediência, Eva e Adão ficaram jogando a culpa sempre de um para outro, a saber, Adão para Eva, e Eva para a serpente). Tomando um outro exemplo, foi mais confortável ameaçar e condenar Galileu Galilei que reconhecer a própria ignorância.  Pois é! Desde tempos imemoriais, o indivíduo nunca quer aceitar que a falha pode ser única e exclusiva dele, e só a ele cabe a iniciativa de se redimir desse “defeito”.

               Sei que não é fácil fazer isso, mas é preciso! Mudar a nossa maneira de agir em relação a essa questão mostra que estamos crescendo como seres humanos, elevando o nosso ser a uma sublime capacidade de lidar com as falhas, com o fracasso e, portanto, podemos partir em busca de soluções viáveis e lógicas para sanar os conflitos, os problemas, os erros. É certo que tudo ficaria muito mais fácil de ser resolvido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário