Em
certos momentos da vida, sentimos necessidade de agirmos como advogado do diabo
diante de situações que até gostaríamos de evitar, mas sempre alguém nos leva a
isso. Defender o indefensável é um trabalho árduo e desgastante, faz-nos
intolerantes com o próximo e provoca um estresse desnecessário. Por que digo
isso? Porque vejo que para muitos é mais fácil “terceirizar” a culpa e a
responsabilidade pelo insucesso, seja individual ou coletivo. Mais fácil atribuir
o fracasso ao outro. Ouço em demasia as escusas esfarrapadas acerca do erro,
sempre sendo jogado para o outro.
Antes
de apontar os culpados pelo erro, que tal rever as próprias atitudes, fazer um “mea culpa” para ter certeza de que a falha está, sim, no
outro; por que não se autoavaliar, fazer um levantamento de suas ações, esgotar
ao máximo todas as possibilidades de a falha não ser própria, para aí, sim,
buscar a responsabilidade pelo erro no outro?
Aceitar
que errou é a atitude mais difícil para um ser humano tomar. É interessante: se nos remetermos à Bíblia, veremos que isso é
mais antigo do que podíamos imaginar (basta ver que no capítulo sobre a
desobediência, Eva e Adão ficaram jogando a culpa sempre de um para outro, a
saber, Adão para Eva, e Eva para a serpente). Tomando um outro exemplo, foi
mais confortável ameaçar e condenar Galileu Galilei que reconhecer a própria
ignorância. Pois é! Desde tempos
imemoriais, o indivíduo nunca quer aceitar que a falha pode ser única e exclusiva
dele, e só a ele cabe a iniciativa de se redimir desse “defeito”.
Sei
que não é fácil fazer isso, mas é preciso! Mudar a nossa maneira de agir em
relação a essa questão mostra que estamos crescendo como seres humanos,
elevando o nosso ser a uma sublime capacidade de lidar com as falhas, com o
fracasso e, portanto, podemos partir em busca de soluções viáveis e lógicas
para sanar os conflitos, os problemas, os erros. É certo que tudo ficaria muito
mais fácil de ser resolvido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário